Resumo República Velha 2 ano CEIS
A República da Espada (1889 a
1894) – Em 15 de
novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República, liderada pelo Marechal
Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por
militares. Deodoro da Fonseca tornou-se Chefe do Governo Provisório e, em seu
governo procurou de uma forma simples incentivar a industrialização no Brasil,
para isso ele nomeou Rui Barbosa como ministro da fazenda. Barbosa, teve uma
idéia desastrosa, emitia livremente papel moeda (dinheiro) para as incentivar a
industrialização. Até então tudo bem, o problema é que os empresários criavam
empresas fantasmas (de mentira) para receber os empréstimos. Não sendo o
suficiente, eles vendiam ações dessas empresas de mentira na bolsa de valores
(e ganhavam mais dinheiro em cima de empresas de mentira, ou seja, as ações não
valiam nada, mas o comprador não sabia disso) e por fim, emitir mais papel
moeda (ou seja, criar novas moedas) acaba gerando inflação, pois o dinheiro
começa a perder o seu valor. Essa política recebeu o nome de “encilhamento”,
que significa preparar o cavalo para a corrida. A política do encilhamento
tinha tudo para ser um desastre de forma que Deodoro vai renunciar e Barbosa
vai ser demitido do cargo.
Em
1891, quando Deodoro renunciou, quem assumiu foi o vice-presidente: Floriano
Peixoto (outro militar). O governo do militar Floriano, através do uso da
violência, intensificou a repressão aos que ainda davam apoio à monarquia,
motivo pelo qual esse período ficou conhecido como República da Espada. Outro
ponto importante de analisar nesse período era necessidade de uma nova
Constituição, pois a antiga ainda seguia os ideais da monarquia. Assim em 1891,
surge uma nova constituição, cheia de restrições e limitações, pois
representava os interesses das elites agrárias do país. Na nova constituição
instituía coisas como o Presidencialismo, o voto seria aberto e só votavam
homens e alfabetizados, a maior parte da população não podia votar.
República das Oligarquias – Após os militares saírem do poder começa o período
marcado foi marcado pelo governo de
presidentes civis, ligados ao setor agrário, esse período vai de 1894 até 1930,
e quase todos os políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano
Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos
controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam
com o apoio da elite agrária do país. Dominando o poder, estes presidentes
implantaram políticas que beneficiaram o setor agrário do país, principalmente,
os fazendeiros de café do oeste paulista. Esse período da história recebeu o
nome de República velha, ou República do café, pois toda a máquina
administrativa do Brasil era usada para resolver os problemas dos produtores de
café, gastando enormes somas de dinheiro público para manter o preço do café
alto, fora o fato de que todos os políticos eram em sua maioria cafeicultores
ou eram ligados aos cafeicultores.
Política dos Governadores – Montada no governo do presidente
paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em
suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O
presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto
estes políticos davam suporte à candidatura presidencial e também durante a
época do governo.
O coronelismo – A figura do “coronel” era muito comum
durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior
do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico
para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de
cabresto, onde o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo de violência
para que os eleitores de seu “curral eleitoral” votassem nos candidatos
apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e
fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos candidatos
indicados. O coronel também utilizava outros “recursos” para conseguir seus
objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de
favores, fraudes eleitorais e violência.
Política do Café-com-leite – A maioria dos presidentes desta época
eram políticos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os mais
ricos da nação e, por isso, dominavam o cenário político da República. Saídos
das elites mineiras e paulistas, os presidentes acabavam favorecendo sempre o
setor agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A
política do café-com-leite sofreu duras críticas de empresários ligados à
indústria, que estava em expansão neste período.
Se
por um lado a política do café-com-leite privilegiou e favoreceu o crescimento
da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou provocando um
abandono das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste
ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais
agravados.
Revoltas sociais na República – O fim da monarquia, não representou
grandes transformações sociais para a população brasileira que permaneceu
estagnada vendo os cafeicultores agroexportadores enriquecendo com o uso da
máquina do governo. Fora, a questão dos ex-escravos que embora estivessem
libertos não tiveram nenhum projeto
de inclusão
social e econômica
para os ex-escravos. Assim, o problema da exclusão sócio-econômica atingiu as populações
do campo e da cidade. No meio rural, a hegemonia opressora dos coronéis
impulsionavam os camponeses a se aproximarem das alternativas oferecidas pelos
líderes messiânicos como José Maria (Contestado/SC), Antônio Conselheiro
(Vaza-Barris/BA) e Padre Cícero (Juazeiro/CE). Em situações mais extremas, o
chamado banditismo social impulsionava a formação de grupos de cangaceiros que
não reconheciam nenhum tipo de autoridade. E por outro lado, nos centros
urbanos, o problema da exclusão era visivelmente fomentado por um governo ainda
preso às tradições autoritárias e o perfil conservador dos grandes
proprietários. No entanto, a formação da classe operária – influenciada pelo
ideário socialista e anarquista – foi responsável pela formação dos primeiros movimentos
grevistas e levantes populares, como a Revolta da Vacina de 1904.
Paralelamente,
os militares também mobilizaram sua classe em torno de manifestações contrárias
à hegemonia oligárquica. A primeira manifestação aconteceu na cidade do Rio de
Janeiro, onde marinheiros tomaram conta de embarcações oficiais ao protestar
contra os baixos salários e os castigos físicos combatidos na chamada Revolta
da Chibata (1910). Na década seguinte, o interesse político dos militares
ganhou maior presença com o movimento tenentista e a formação da Coluna
Prestes.
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