O processo político
A oligarquia
cafeeira paulista, afastada do comando do país pela revolução de 1930,
achava-se profundamente descontente e passou a liderar uma forte oposição ao
governo de Getúlio.
Deflagração
de um movimento armado que durante três meses ameaçou a estabilidade do país: a
Revolução constitucionalista de
1932.
Tradicional
oligarquia paulista queria mais do que a troca ou mesmo a extinção da figura dos
interventores. Exigia o afastamento de Getúlio e a imediata convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte.
Havia
aqueles que, mais radicais, pregavam até mesmo a separação do restante do país.
Considerava que, sendo São Paulo o estado mais rico da nação, este funcionava
como uma locomotiva, que puxa atrás de si os outros estados.
Em 23 de
maio de 1932, os estudantes paulistas de direito Martins, Miragaia, Dráusio e
Camargo (MMDC), morreram em manifestação contra o governo federal.
Em 9 de
julho do mesmo ano estourou a revolução. Tropas sob o comando de Isidoro Dias
Lopes ocuparam. Dias depois Bertoldo Klinger assume o comando das tropas
constitucionalistas.
O movimento
estendeu-se pelo estado. A população foi conclamada a partir dele.
As tropas
federais concentravam-se nas fronteiras do estado, prejudicando o abastecimento
e as comunicações. São Paulo acabou isolado e lutando sozinho, pois Minas
Gerais e Rio Grande do Sul não deram o apoio que aviam prometido. Os
combatentes paulistas acabaram-se rendendo após três meses de luta, pondo fim
ao conflito.
Os extremos da política
Apesar da
derrota paulista, sua principal reivindicação acabou sendo atendida. Em 1934
foi promulgada uma nova constituição que, dentre outras características,
introduzia o voto secreto e feminino, algumas leis trabalhistas e o ensino
primário gratuito e obrigatório.
A Ação Integralista Brasileira atuava
desde 1932, fundada por Plínio Salgado, um notório simpatizante do fascismo europeu.
O grupo tentava mobilizar os setores mais conservadores da sociedade em uma
campanha contra os comunistas, propondo algumas ações violentas e confrontos
nas ruas.
Os
integralistas cercavam-se de símbolos: o sigma, a saudação anauê e o uso de
camisas verdes entre seus membros.
Aliança Nacional Libertadora, criada em
1934. Os comunistas faziam parte dessa aliança e a seu líder, Luis Carlos
prestes, foi entregue a presidência de honra da ANL.
Em junho de
1935 Getúlio Vargas dissolveu a ANL, seus membros foram perseguidos e passaram
a atuar na clandestinidade. Os comunistas assumem sua direção e preparam um
golpe para dar inicio a um processo revolucionário que levasse a implantação do
comunismo do país. Em novembro de 1935 começa em Natal, no rio Grande do Norte,
a Intentona Comunista, uma revolta que deveria ser seguida em outros pontos do
país, o que não aconteceu.
O governo Vargas
suspendeu todas as garantias civis previstas na constituição de 1934 e
perseguiu durante toda a qualquer manifestação de oposição política. Militares,
operários, comunistas e aliancistas foram presos e torturados, Luis Carlos
Prestes foi condenado por crime comum e ficou preso até 1945.
O inicio da ditadura
Desde o
inicio de 1937, a
situação política brasileira evidenciava sinais de articulação de um golpe de
Estado Getúlio Vargas e os generais Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, do
alto comando das forças Armadas discorriam sobre a fragilidade de um regime
constitucional frente à ameaça comunista internacional.
Com a
proximidade do pleito eleitoral, apresentam-se os seguintes candidatos a
sucessão presidencial.
- Armando de Sales Oliveira- governador de São Paulo.
- José Américo de Almeida-ex-ministro de Vargas.
- Plínio salgado-líder integralista.
Contando com o apoio do Alto
Comando das Forças Armadas, não foi difícil ao presidente Vargas desfechar no
dia 10 de Novembro de 1937 um golpe de estado, concomitante ao cerco que a
policia militar efetuava ao congresso nacional, valendo-se do pretexto da
descoberta do chamado Plano Cohen.
O plano Cohen, avia sido forjado dentro do próprio governo, para
justificar a instauração do Estado Novo. O plano descrevia o requinte das
violências, estupros e assassinatos que se sucederia a ascensão dos comunistas
ao poder.
Era o inicio do Estado Novo. Na
noite de 10 de novembro de 1937, em emissão radiofonia, Vargas anunciou uma
nova constituição, elaborada pelo ex-ministro da educação Francisco Campos, a
qual posteriormente recebeu o apelido de A
Polaca, pela forte influência da constituição polonesa.
Constituição de 1937
·
Todos os poderes ficariam concentrados nas mãos
do chefe de Estado.
·
Ampliação do mandato presidencial para 6 anos.
·
Fim da autonomia estadual e nomeação de
interventores estaduais para governá-los.
·
Foram suspensas as liberdades individuais.
·
Criação de censura prévia..
·
Instituição da pena de morte.
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